quinta-feira, junho 30, 2005


Poderá o agora, ser
apenas um começo?


É que não me lembro!


E é tão estranha, a luta
para o encontrar…


raimundo gomes, 25 I 06 I 2005.

terça-feira, junho 28, 2005


“Enquanto houver uma forma que não tenha encontrado a sua cidade, continuarão a nascer novas cidades.”

Calvino, Italo,
As Cidades Invisíveis, editorial teorema, tarad. José Colaço Barreiros, Lisboa, 19920-2000, p.142.

segunda-feira, junho 27, 2005

É no mudar de rua que nos assalta o pensamento.


Ganhar a velocidade suficiente para concorrer com o pensamento e a sua insaciável vontade de infinito.


É nos cruzamentos, na constante mudança de direcção, que algo se torna infinito.


É no mudar de rua que nos assalta o pensamento.


raimundo gomes, 25 I 06 I 2005.

domingo, junho 26, 2005


"(...) corpo, mediador entre a alma humana e a alma do mundo."

DELGADO, João Paulo, O Lugar da Arquitectura, tese de mestrado, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.


A não-aceitação da existência de um único criador, dá espaço à nossa existência. O acto de criar preenche esse espaço, faz-nos sentir vestidos.

raimundo gomes, 17 I 12 I 2004.

terça-feira, junho 14, 2005

Anda alguém na rua!


passos na rua
e volto a escrever
prazer
nascer
sozinho
estar só
querer estar só
muita gente
muita coisa
imagens sem significado
com muita lembrança
presença
longe
correr para
encontrar o perto
o presente no passado
o futuro mais certo
pensar no incerto
acreditar
na incerteza
sempre na incerteza
dos passos
de alguém na rua

anda alguém na rua

raimundo gomes, I 11 I 2002.
florença.

segunda-feira, junho 13, 2005

ESCREVO


"ESCREVO

Escrevo já com a noite
em casa. Escrevo
sobre a manhã em que escutava
o rumor da cal ou do lume,
e eras tu somente,
a dizer o meu nome.
Escrevo para levar à boca
o sabor da primeira
boca que beijei a tremer.
Escrevo para subir
às fontes.
E voltar a nascer."


Eugénio De Andrade
(1923-2005) in "Os Sulcos da Sede"

domingo, junho 12, 2005

Mote

"E se então as construções na arquitectura e na filosofia descobrissem pontos provisórios de contacto e aliança, como se falassem juntas um novo idioma estrangeiro, que já não fizesse parte das linguagens reconhecidas de nenhuma delas?"

RAJCHMAN, John, Construções, Lisboa, Relógio D'Água, 2002, p. 21.